domingo, 18 de março de 2012

Lembranças surgem como um filme na minha cabeça. Aquele dia quente de verão e eu trabalhando quase sozinho na antiga sede da empresa. Aquela boa música fluindo pelos fones de ouvido... Em seguida o almoço no bom e velho Biezza, com aquela vista sensacional da baía norte, os barquinhos velejando tranquilos e eu captando a ironia de estar trabalhando.
Ah, mas como era bom. Naquela época eu achava que sabia como seria meu futuro, certo do que teria que fazer e dos rumos que minha vida estavam tomando. A vida só provou o contrário.
Então tudo mudou. A sede da empresa passou a ser 4km a frente, o novo restaurante sem vista para o mar, eu já não estava mais sozinho em casa, meus planos foram por água abaixo graças a burocracia brasileira e eu me senti perdido. Mas isso não era de minha natureza, jamais.
Mal sabia eu, que naquela época eu estava presenciando a maior das revoluções que já enfrentei. O sentimento de apreço que tenho hoje por Floripa, foi criado nestes dias. De repente me dei conta que gostava desses momentos, que gostava de ver o mar todos os dias em meu horário de almoço, das pessoas que me cercavam e principalmente do curso que eu estava me dispondo a fazer.
Foi então que uma ideia mudou tudo, bastou uma troca de mensagens e boom, ali estava eu de novo iniciando mais uma aventura nesse ano novo. A mais certa de todas as minhas ideias, que me levou a conhecer dezenas de pessoas, a descobrir um potencial que eu jamais imaginava ter. Essa emoção de empreender tomou conta de mim.
O ano passou e os momentos foram crescendo, meus cenários mudando, alguns amigos passando e outros chegando. Foram relacionamentos certos e alguns errados. Festas e situações que me vi ficar bem acostumado e uma adaptação incrível a Florianópolis.
Pois então veio 2012 e com ela a confirmação de um dos meus sonhos. Fiquei muito contente, e lá estava eu a imaginar meu futuro novamente, a traçar metas, objetivos e meios. A criar um tudo de um nada.
Junto com isso veio a primeira discussão, o primeiro estresse. Algo que me levou a refletir e a escrever isso hoje. Mas ao qual sou muito grato. Sim, pois me fez pensar em tudo o que sempre quis na vida: viver.
Nunca quis me prender a ideias fixas, a algumas regras pre-estabelecidas da sociedade. Gosto de fazer diferente, fazer o que gosto, ser verdadeiro e tocar pessoas. Empreender não precisa ser apenas de uma maneira.
Foi lembrando dos momentos que passei observando o mar e aqueles barquinhos ao longe, que me dei conta que sempre tive muitos sonhos, muitas vontades. Nossa vida é curta, mas é o suficiente para realizarmos tudo o que queremos.
Quem se prende a velhos ideais não evolui. Parece besteira, mas talvez é por isso que tenho tantos amigos de idades muito diferentes da minha: não gosto de me fixar a um grupo restrito, a compartilhar dos mesmos ideais para sempre, a me engessar.
Estamos aí para aprender, crescer, nos divertir, ajudar o próximo, sermos amigos. Julgar não está nessa lista, sempre acreditei que se deve conhecer uma pessoa antes de tirar suas conclusões sobre ela. Isso foi uma coisa que me dispus a fazer nestes últimos tempos. E como foi bom, o quanto aprendi.
Por fim, me pego imaginando: minha vida é marcada por lembranças de momentos como este dos almoços no Biezza. Gosto de associar fases a imagens. Qual será a próxima que terei em mente? Quem fará parte dela? O que mais me aguarda nesse futuro? Qual música vai me despertar essas lembranças que ainda estão por vir?
Não sei, mas fico aguardando ansiosamente para saber...

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