quarta-feira, 20 de julho de 2011

Verão

Arno caminhava lentamente pela grama alta daquela residência, tão perto da sua, naquela vizinhança.
Ouvia-se um zunido distante de algumas televisões ligadas, quebrando o silêncio mórbido daquela noite de verão. Muitas janelas encontravam-se abertas, na tentativa de amenizar um pouco do calor que estava, apesar de não ser ainda o pico da temporada.
Calmamente ele se aproximou de uma parte da casa, na qual apenas uma luz brilhava pela janela do segundo andar. Buscou em seu bolso as pequenas pedrinhas que havia ali guardado, e as atirou com cuidado, para chamar a atenção da pessoa que estava naquele quarto.
A luz apagou-se, e um vulto aproximou-se do parapeito da janela, postando-se pra fora, e descendo pelo telhado disposto um pouco ao lado, quase sem emitir um ruído sequer.
Quando deu por si, aquela pessoa ja estava ao seu lado e ambos correram o mais rápido que conseguiam. Corriam para longe daquela casa, mas em sentido a um lugar do qual ambos tinham fixação. Conforme iam avançando, aquele som tão gostoso ia invadindo seu ouvidos e seus corações palpitavam cada vez mais rápido.
Aceleraram e já conseguiam vislumbrar aquela imensidão de água, batendo em leves ondas na areia fofa daquela região. Arno sorriu para si mesmo, estavam chegando lá.
Ao entrar na praia, os dois correram em direção ao mar, e ali se jogaram, ainda com suas roupas, despreocupados com qualquer impedimento que pudesse vir a existir, apenas sentindo-se refrescados com a temperatura amena daquela água.
Depois de um mergulho, foi sob a luz da lua que ele a observou, sua querida, com seus contornos retocados por aquele brilho que emanava de outro mundo. Sorriu para ela, e obteve uma retribuição.
Aproximaram-se e deixaram se beijar. Como era bom aquele momento...
De surpresa, o garoto a puxou para si, em seus braços e a levou para a areia, no canto mais próximo da praia. Deitou-a no chão e postou-se ao seu lado.
Os dois trocaram carinhos e beijos, e postaram-se a observar o céu estrelado, um pouco ofuscado pelo brilho da lua. Este foi um tempo que ficou para a memória dos dois, onde nada mais se conseguia pensar, nada havia com o que se preocupar. Tudo o que queriam, era curtir aquele verão, uma temporada que os fez viver sua juventude plenamente e levar dela o seu melhor.