domingo, 19 de dezembro de 2010

Uma vida sem sonhos


Alguns dizem que a natureza humana é reclamar. Quando está quente, reclamam que queriam o frio. Quando está frio, reclamam que gostariam que estivesse quente. Como se não bastasse o tempo, os seres humanos reclamam de vários outros detalhes.
Já notaram como é moda reclamar da política? Como reclama-se da violência, da pobreza, de como não sobra tempo para nada, como se está gordo, como a vida é muito corrida, como se tem saudades desse ou daquele...
Quem me conhece sabe que não sou uma exceção, reclamo constantemente, mas também sabem que não sou alguém que reclama e deixa por assim mesmo. Raramente vejo a pessoa que reclama da violência fazer algo para tentar amenizá-la. Nem que isto seja se mudar para um lugar menos violento. E aqueles que não tem tempo para nada, gastam o tempo que poderiam fazer algo útil em reclamações. Os que estão gordos não se exercitam e nem controlam a alimentação, os que tem saudade não fazem uma simples ligação...
Tudo bem reclamar, mas então façamos algo para mudar. Aqueles que conseguem algo na vida são aqueles que vão atrás de maneiras de mudá-la para alcançarem aquilo que buscam. E é dessa maneira que a vida parece tão mágica para alguns.
Chega de dizer “como a vida é boa para fulano de tal”. Que tal falar “agora a vida será boa para mim”. Pouco se precisa para isso.
Não é bonito conversar, ter uma habilidade diferente? Já pensou em aprender francês, a língua dos amantes? Ou então italiano, alemão, as línguas dos descendentes de muitas pessoas desse país?
E aquela praça pela qual você passa todo dia? Você para por lá mais do que passa correndo por ela? Já reparou nas árvores que ali estão? Quantas pessoas já sentaram naqueles bancos, cada qual com um pensamento diferente, com uma emoção especial, com minutos de seu tempo para apreciar a vida. Não é mágico sentar sob a sombra de uma destas árvores e sentir o vento em seu cabelo? A vida parece passar diferente para quem dali observa.
Para se ter uma vida melhor, basta dizer “Eu vou” ao invés de “Como seria bom se”. Fomos feitos para aproveitarmos a vida que nos foi dada. Não importa o quão corrida ela seja, se você acha que não há tempo para isso ou aquilo. O tempo, já foi dito, é relativo. Cada um controla o seu relógio, depende apenas do indivíduo.
Reclamava que no meu primeiro apartamento não havia sacada e aquilo me deixava depressivo. Mudei para um apartamento no alto com sacada e uma vista de dar inveja. Então reclamei que nunca mais entrei em contato direto com a natureza. Meu novo condomínio tem um trilha numa área de preservação e até hoje não fui lá. Vergonhoso. Mas não basta eu descer do meu andar, e seguir até lá? Sem me importar com o que os vizinhos vão achar? Afinal, por que seria vergonhoso ir numa trilha?
Nossa mente é aberta desde que assim desejarmos. Se nos prendermos a pequenos detalhes jamais iremos seguir em frente. Iremos sempre ouvir aquela voz nos dizendo “não dá, não pode, impossível”.
Diga adeus às suas correntes, a vida passa, mesmo sem você. Então acorde, faça aquela caminhada, se inscreva para aquele curso de francês, doe uma cesta de alimentos para uma família carente, mude-se, seja sincero com seu chefe, vá até aquela trilha!
Como diria um grande sábio chamado Jason Mraz: “What if this plans are collapsible?”. Estamos sujeitos a tudo na vida, portanto tome uma atitude! Acorde! Torne sua vida mágica, mas acima de tudo VIVA.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Contradições

Ouvindo uma de minhas músicas favoritas, rolo pela minha cama, sem sono. Mais uma noite de pensamentos acelerados, de dores de cabeça, de lanches noturnos, mais uma noite mal dormida.
Olho para o relógio ao lado e tudo que consigo pensar é "Daqui a pouco tenho que trabalhar...". Então me lembro de noites distantes, as quais eram meu dia, em um relógio biológico alterado. Ah, como eram boas aquelas noites, a falta de rotina, as horas a fio escrevendo, o nescau das 02h da madrugada, às vezes a Bohemia, às vezes a Stella...
Quantos Programas do Jô lembro de ter visto! Quantos tweets perdidos... Ainda, haviam aquelas noites de festa, ou aquelas acompanhadas, melhores ainda quando duravam a noite toda, o suor tomando conta, a mente concentrada e o silêncio forçado para não acordar ninguém.
Lembro que as aulas nunca foram tão matadas, que cada vez era um recordo novo de atraso. Nunca estive tão infeliz, porém nunca estive tão feliz. Coisas ruins me aconteceram todo tempo, mas me ajudavam a valorizar as poucas coisas boas.
Hoje minha insônia é retrato de algo muito bom. A tempestade de ideias, até então adormecida, parece ter voltado a toda. Mas agora é diferente. Parece que vamos crescendo e a vida torna-se mais complicada. Ou é só meu subconsciente reclamando das responsabilidades que o peso de duas décadas me trouxeram.
Nunca estive tão feliz! Mas nunca estive tão cansado. Talvez o fato de saber que as inquietações tem prazo para terminar é que esteja causando isso, mas a verdade é que sou muito grato por tudo.
Eu sei, sou um tanto contraditório. Sei que é impossível satisfazer completamente um ser humano, ele sempre vai encontrar algo para reclamar. Talvez seja essa a qualidade que nos trouxe os avanços de hoje, ou este mesmo avanço que é a causa desse, agora, defeito.
Como em sintonia com meus pensamentos, ouço uma música escolhida aleatoriamente pelo meu mp3. Uma música que ouvia nas noites que tanto sinto falta. Ela me acalma, me traz paz e uma ideia, a qual não tem contradições: "Deus, como preciso de umas férias!"

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O que aprendi com as estrelas

Muitas horas de minha vida eu passei observando o céu que se estendia a frente de minha varanda.
Pensamentos e pensamentos, filosofias, sonhos, alegrias, encantos.
Estas horas me renderam muitas escolhas, muitas decisões que afetaram minha vida. Mas também me garantiram um aprendizado do qual levarei para sempre comigo.
Aprendi que por mais distantes que estejam as estrelas, se você olhar bem perceberá que nunca estão sozinhas. Muitas delas chegam a formar constelações.
Que por mais que luzes de fora tentem ofuscar seu encanto, elas sempre estão lá, e sempre aparecem para quem realmente as busca.
Todos sabemos que as estrelas nascem, vivem, colidem, morrem, mas nunca deixam de emanar seu brilho enquanto vivas. Brilho este que pode transcender sua vida, milhares de anos até.
Algumas estrelas caem e nos deixam muitas saudades, mas sabemos que ao cair deixam marcas iniguiláveis em nossa memória, que quando tocadas nos remetem a momentos de encantos como quando o instante em que fizemos o pedido ao vê-la cair. Apesar disso, sabemos que ela sempre estará em algum lugar perto, mesmo que nunca consigamos encontrá-la.
Penso que todas as estrelas almejam ser como a lua, que com seu brilho gigantesco toma, muitas vezes, a atenção. Porém a lua não seria nada sem as estrelas, e as estrelas perderiam a graça sem a lua. Ainda, muitas estrelas podem ser luas, depende do ponto de vista de quem as observa.
Algumas estrelas nos fazem pensar em como a vida é incrível, em como não sabemos absolutamente nada sobre o universo e em como são interessantes estes mistérios. Estas, por diversas vezes estão sempre juntas a outras, formando uma combinação mais incrível ainda, completando uma a outra e aumento a magia que circula pelo céu noturno.
Não somos capazes de contar, ou de prestar atenção a todas as estrelas ao mesmo tempo, mas algumas nos são mais queridas que outras, mas mesmo assim todas merecem a mesma admiração.
E estas estrelas inspiram amantes, histórias, contos, sonhos e idéias. Elas movem o mundo de quem as observa, mesmo que sejam poucos estes.
Por fim, aprendi que as estrelas são um reflexo nosso, ou vendo do ponto de vista delas, somos um reflexo delas. Mas o mais importante é que como muitos já diziam "existe muito mais entre o céu e a Terra do que podemos imaginar"...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sempre aprendi que devemos buscar a nossa felicidade. A natureza do ser humano é ser sociável, é fazer festa, ser feliz. Mas será isso mesmo?
Existem muitas pessoas verdadeiramente felizes? Ou alienados?
Não consigo buscar as respostas para minhas perguntas e fico horas me condenando. Críticas, elogios, nervosismos e situações fora do comum titubeiam nossos sentidos e deixam nossa cabeça, ao menos a minha, numa montanha russa emocional.
O que sentir? O que não sentir? O que é certo? E errado? O que é melhor? O que me falta? De onde esse vazio vem? POR QUE?
Uma vez eu li que somos escravos de nossa mente e que não há cárcere pior que este. Pensando sobre isso, cheguei à conclusão de que é uma das poucas verdades da vida. Sou muito feliz e grato por tudo que tenho. Poucos tem as mesmas chances que eu, mas sou prisioneiro de meus pensamento.
Queria silenciar minha mente, parar de questionar, parar de enjoar do que consigo, queria parar de pensar nestas coisas também. Mas a verdade... A verdade é que não consigo. Queria apenas viver...
Não estou reclamando do mundo, apenas de sua repercussão em meu ser. Como pode um elogio elevar tanto a minha auto-estima e uma palavra cruel desabar tanto meu consciente? Ou melhor, por que meu consciente gosta tanto de se degradar?
Sabe, às vezes penso que a natureza do homem é ser triste. Guerras, brigas, discussões, perdas de paciência... Não é a toa. Somos tão regrados, tão cercados de normas... Por que me preocupo com elas? Por que me preocupo tanto com os outros? Por que a opinião do próximo é mais importante do que a própria? Por que continuo pensando tanto? Por que? Por que? POR QUE?...
Nossa mente deveria vir com um botão de "OFF". Mas aí não seríamos mais humanos... E será que isso seria ruim? Será que a natureza não gostaria de parar de ser atacada?
Enquanto acabava o último parágrafo me deixei viajar novamente. Minha mente não para. O pior é que daqui a pouco irei dormir, e amanhã tudo será diferente. Novas preocupações, novos problemas, novas surpresas e novas alegrias. Já desisti de tentar entender essa máquina poderosa que é minha mente, mas continuo tentando desvendá-la toda vez que faço isso.
Eu estava bem comigo mesmo, mas me puseram à prova e falhei. Agora, não consigo controlar minha mente e ela pede por socorro. Às vezes gostaria que os seres humanos fossem ilhas isoladas e não que fizessem parte de arquipélagos. Às vezes gostaria é que, ao menos eu, fosse assim e que ninguém se importasse. A realidade é que eu é quem jamais pararia de me preocupar com essas pessoas, justamente por isso. Mente, por favor... OFF.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Decadência de uma cultura

Hoje vou falar de um assunto um pouco diferente no meu blog. Não mais pensamentos vagos, nem nostalgias dos bons tempos. Hoje tomarei um posição um tanto quanto política.
Pois bem, eu estava acordado na madrugada, mudando os canais e tentando encontrar algum filme para me distrair. Foi aí que me deparei com "Picnic" (1955).
Esse filme se passa numa pequena cidade do interior norte-americano, onde o sustento dos moradores é uma grande corporação alimentícia, de grãos. Ainda, a trama começa no dia do trabalhador. Toda a cidade está de folga e um grande piquenique é organizado.
Nele as pessoas se encontram, participam de brincadeiras, ouvem a uma banda da cidade, os cidadãos inclusive cantam músicas calmas, que todos gostam. As crianças brincam, os adultos se encontram e conversam e todos passam um dia inteiro no parque, felizes e em comunhão.
Que sociedade incrível! Organizada, amiga. Um país ao qual eu gostaria de fazer parte. Pena que esse cenário mudou. Naqueles tempos não existia o consumo desenfreado que levou à quase inexistência dos recursos naturais daquele país, como o petróleo.
Ainda naquele tempo, a criminalidade era praticamente inexistente, pois todos se conheciam e as pessoas tinham vergonha na cara. Psicopatas, serial killers, personalidades alteradas e pessoas desequilibradas não eram o padrão daquela sociedade.
Não me levem a mal, não acho que todos são assim, mas conversando com americanos, e observando os acontecimentos e atitudes daquela nação, na qual o TER é mais importante que o SER, e comparando esta mesma nação com aquela na qual a comunidade representava a união e amizade de um povo, chego a conclusão de que algo muito errado aconteceu lá.
Já fui fã de carteirinha dos EUA, mas hoje eu penso duas vezes antes de falar dessa nação. Valorizo tudo por que esse país já passou, afinal de escória da Europa pra Maior Potência Mundial é um grande caminho a se tomar.
Mas veja o Brasil, veja Joaçaba. Em 1950 essa cidade era uma das mais prósperas do Brasil. Era uma comunidade pequena, amiga, com costumes parecidos com aqueles. Então veio o crescimento desenfreado e sem planejamento e hoje temos congestionamentos quase que o tempo inteiro e pessoas desdenhando as outras.
A maior reclamação das pessoas das cidades em volta, vindas de comunidades nas quais a união ainda faz parte do cotidiano, é que nesta cidade a população é muito esnobe, fria e se importa demais com coisas fúteis. Por mais que eu queira descordar, vejo que muita verdade há nisso. Mesmo meu amor pela minha cidade não diminuindo, sei que poderia melhorar. Eu quero muito bem ao meu país, e se aqui já houve consequências, pegue os grandes centros brasileiros. Pois bem.
O Brasil tem um potencial enorme, mas insiste em copiar atitudes de fora sem se questionar se elas realmente são o correto a se fazer. Os EUA cresceram a seu modo e para toda sua ação, hoje eles tem uma reação que não é uma das melhores. Eles são o país mais desenvolvido do planeta, mas só estruturalmente. O Brasil tem muito a se desenvolver, mas eu acredito na boa vontade de nosso povo, e sei que moralmente ainda temos certo grau considerável, mas ele insiste em diminuir cada vez mais.
Só que a resposta não está nas mãos dos políticos, mas sim nas mãos de cada um. Na manutenção de tradições, na passagem de valores de pais para filhos. Será que não veem que estamos caminhando na direção errada?
A poderosa cultura americana eu já considero decaída. Mas e a brasileira? Tem salvação ainda? Creio que sim. Mas é preciso atitude, e ela começa com cada um de nós.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Good old times...


Hoje eu me peguei em mais um momento nostalgia. Não consigo evitar! Às vezes acho que estou ficando velho muito de pressa. Sei que tenho apenas vinte anos de idade, mas já foi tanta coisa vivida!
Dessa vez estava relembrando não os filmes antigos, mas sim os desenhos que fizeram minha cabeça na infância. Ah, como é bom relembrar aqueles tempos.
Eram tempos em que as crianças brincavam de "ovo-choco", "esconde-esconde", jogavam "bola", se faziam de "power-rangers" e eram felizes. Graças a Deus a minha infância não envolveu "Colírios", nem MSN, e muito menos atitudes precoces, de crianças que se fazem de adolescentes.
Não, na minha idade eu aproveitei. Lembro de brincar com meus primos, andar a cavalo, bicicleta, subir em árvores, comer pão com nata e nescau no café da tarde da casa da Nona, e acima de tudo ver muita televisão nas horas vagas.
O primeiro desenho que eu lembro ver era Sailor Moon, que passava na TV Manchete (sim, eu sou da época da TV Manchete). Depois, meu canal favorito passou a ser o SBT. Ah, como eu era viciado em O Mundo Fantástico de Bob, Os Jetsons, os Flintstons, até mesmo Dragon Ball (a versão dele criança).
Então eu cresci, comecei a estudar de manha e meus olhos se voltaram pra um programa que animava minhas tardes depois das 15h: Band Kids.
El Hazard, Tenchi Muyo, Bucky, só para nomear alguns desses desenhos que realmente moldaram minha vida.
Eu sempre gostei de desenhar. Meus primeiros desenhos são casas e edifícios. Sim, também achava estranho eu gostar tanto disso na época, mas hoje entendo e chamo de vocação. Meus pais nunca souberam explicar da onde surgiu esse meu gosto por este tipo de desenhos. Ainda tenho os projetos guardados, haha.
Depois, com a avalanche de animes estimulando minha imaginação, eu comecei a desenhar mangás (e consegui certo grau de aperfeiçoamento, modéstia a parte). Aí parti para desenhos mais sérios. Pena que perdi quase todos.
Além do desenho, outra paixão começou a se desenvolver. Não tenho vergonha de assumir que graças ao Harry Potter (sim, você ouviu certo) e ao Senhor dos Anéis, livros estes que li aos meus dez anos de idade, eu comecei a criar um amor pela literatura, que partiu para a escrita. Até hoje tenho meu primeiro livro, cujo eu escrevia num caderninho a lápis, mas que, mal sabia eu, acabaria por se tornar um dom tão bom, que tanto me ajudou em momentos difíceis.
Também dedicava horas das minhas tardes e manhãs inventando histórias em quadrinhos. Certas vezes inventava histórias, outras me colocava numa história dentro de um anime, mas sempre desenvolvendo as habilidades.
Hoje, analisando tudo, sei que fiz ótimas escolhas. Em todos os desenhos, livros e histórias que li sempre valorizei o bem, acima de tudo. Não, não sou a versão não-jogadora do #KakaBadBoy, nem tem como chegar perto. O que eu quero dizer, é que tive um infância saudável, assim como a maioria das pessoas que viveram em minnha época.
Novamente pareço meu avô falando, mas afinal acho que é disso que se trata a vida. A geração mais velha sempre reclama da mais nova. Bom, não sei quem está certo, só que as saudades que eu tenhos daqueles tempos são indescritíveis. Se eu pudesse, voltava ainda hoje só para aproveitar um pouquinho mais dessa fase que, no meu caso, não foi desperdiçada.
O que eu queria é que as crianças de hoje voltassem a ser crianças. Queria ver meninas de 12 anos brincando de bonecas ainda, rapazes dessa mesma idade batendo competição de bicicleta e todos correndo para casa a fim de conseguir assistir a mais um episódio daquele anime favorito.
Senhores, nostalgia a parte, resumindo tudo isso que vos digo é que, por fim, sou muito grato por tudo que vivi, por quem me tornei, pelas pessoas que fizeram parte da minha vida e por tudo que me é possível fazer para retribuir esses vinte anos incríveis que toda a minha família me deu. Sem mais a declarar, uma boa noite a todos!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Tão pouco tempo, mas tão essencial...

Para mim, relacionamentos nunca foram tão importantes. Sempre me chamei de desapegado. Em minha mente eu era forte, não choraria no enterro de ninguém, não sentiria saudades de ninguém e assim por diante. E assim sempre foi, até que a vida veio me dizer que eu estava enganado.
Me mudei, me distanciei de minha família e meus amigos. No início eu não sentia falta, estava muito bem no meu novo endereço, obrigado. Tolice! Bastou uma unica viagem de volta para eu ter minha primeira decepção. Minha felicidade continuou lá, enquanto eu tive que voltar a força para minha nova vida. Ah, como muitas coisas, as quais eu não dava valor antes, eu senti falta, quantas risadas com meus amigos que eu não pude dar...
Mas a vida é dura para quem é mole. Então tive de me acostumar. E assim foi, até perder tragicamente um grande amigo. Ali, minha teoria do desapego sofreu mais um terremoto.
E então uma outra grande pessoa se foi, em menos de dois meses. E lá se foi minha teoria mais fundo ainda.
Mas, ainda assim, eu acreditava ser desapegado. Desculpem-me minha humanidade em achar que eu era uma Ilha.
Não bastassem os laços com o meu querido velho oeste, eu acabei criando laços com pessoas daqui, também. Uma em especial.
Certa vez ela me mandou um depoimento no qual dizia: "Tão pouco tempo, mas tão essencial...". Acho que eu fiquei tão feliz na ocasião que nem me dei conta da grandeza do que ela dizia.
São raras as vezes em que encontramos pessoas que se encaixam tão facilmente em nossas vidas, que compartilham de certos gostos, certas habilidades, que nos fazem feliz apenas em ver sua janelinha do msn piscando ou, ainda, que fazem um longo e cansativo dia ser esquecido em 4 horas de risos e "danças". Tudo bem, talvez não sejam raros, mas sim únicos.
Tão pouco tempo... E de pensar que eu estaria assim por uma pessoa que eu só vi uma vez. Alguém que eu conheci por acaso, na maior coincidência do mundo.
Tão essencial... Ah, como isso é verdadeiro. Eu já sabia que gostava de passar meu tempo com ela, mas só hoje me dei conta que minhas estimativas de quanto eu gostava estavam erradas, afinal.
Agora, ela está sofrendo e eu também. Ela pelos seus motivos e eu, por não poder ajudar, por não poder conversar com ela, por não estar AO LADO dela.
E onde está minha teoria do desapego? Acho que não existe mais. Ou melhor, existe, afinal eu sou teimoso. Mas hoje sei que ela admite excessões. Ela (você) quem me ensinou isso.
Me ensinou também que pessoas daqui também são legais, que mostrar a língua pode ser uma coisa bem diferente de uma ofensa, que uma tristeza produz grandes feitos, que escrever é legal, apesar de tudo (e como você escreve bem!) e que tempo não significa nada.
Pois eu digo: somos sim ilhas, mas ilhas de um arquipélago. Acho que já ouvi isso num filme, mas agora entendo como é verdadeiro. Mas por se tratarmos de ilhas, às vezes, a ressaca nos afasta e é aí que vemos o quanto somos incompletos uns sem os outros.
Um carinho tão grande... Talvez você não tenha pensado no significado disso, mas te garanto que é maior do que qualquer coisa que você tenha imaginado e que me faz triste não poder conversar contigo, não ouvir notícias suas e que me deixa com um sentimento de culpa por algo que nem sei se fiz, porém que me corrói por dentro.
Quero ver você sorrindo de novo, quero ver você me mostrando a língua, brincando, feliz... E isso, como já disse, independente do que você precisar para sê-lo. Na realidade, eu simplesmente quero que esse vazio passe e que eu não sinta mais sua falta. Por favor, volta?

sábado, 26 de junho de 2010

O radio na cozinha

Era uma manhã como qualquer outra de domingo. Eu estava dormindo, quando de repente fui acordado por uma música estranha, não porque estava alto demais, simplesmente me acordou. Comecei a me concentrar para identificar aquela música: era italiana, tão típica como se lá eu estivesse. Aí que me recordei de onde estava. Aquelas paredes de madeira, aquela cama grande e macia, aquele ambiente tão amado. Eu estava na casa do "Nono Pedro" e era ele quem havia ligado o som, como sempre fazia todos os dias, desde que me dou por conta.
Animado, levantei e lá estava ele, com um sorriso a me receber, seus pés virados para seu fogão a lenha (costume dele), esquentando-os naquele dia frio de inverno das férias de julho. Sobre a mesa uma fartura típica de famílias descendentes de italianos. Eu me sentia muito feliz e seguro ali.
Há dois anos atrás teve um derrame e perdeu o movimento das pernas e de um braço. Mas isso não o deteve, pois ele continuou lutando (e acordando cedo aos domingos para ouvir suas músicas prediletas).
Daquela vez, me lembro como se fosse ontem, eu estava dormindo na sala, quando começou um alvoroço naquela humilde residência no meio do nada, no interior do interior. Fiquei preocupado, pensei que a hora tivesse chegado. Felizmente eu estava errado. Mas naquele domingo não houve rádio ligado...
Pois então continuamos nossas vidas, felizes pro tê-lo, mesmo que debilitado, ao nosso lado por mais tempo. O dia em que eu passei na UFSC ele estava lá e, feliz, me parabenizou por mais esta conquista. O Nando, como ele me chamava, estava indo embora, estudar na Federal.
E eu vim, e forçosamente tive de me distanciar. Agora não ia mais todo mês para lá e quando eu ía era apenas nos domingos. Já não ouvia mais aquele tão querido rádio nas manhãs de domingo.
Mas daí eu tinha outra felicidade. SEMPRE, independente da ocasião, que íamos para lá, meu querido avô sempre estava em sua varanda, nos esperando em sua cadeira de rodas, e quando eu chegava para cumprimentá-lo me puxava num abraço demorado para perto dele. Naquela época eu não sabia o quão importante isso seria para mim algum tempo depois.
Foi na última páscoa, primeiro grande feriado do ano, em que eu o vi pela última vez... Fomos "no Nono" e, como sempre, lá estava ele na varanda e com um grande abraço me recebeu. Foi um dia bom, a família reunida, o carinho de sempre, aquele sentimento de segurança e felicidade...
- Eu sonhei que meu amigo me dizia que depois desta páscoa eu iria morrer. - disse ele entre um momento de risos. Pobre coitado, foi xingado. "Não diga besteiras!" replicaram todos. Ah se soubéssemos...
Isso passou e ninguém deu importância. Eu muito refleti nisso, devido a minhas crenças, mas desacreditei, também.
Nas várias ligações que recebia de casa, às vezes recebia uma notícia como "O Nono não anda muito bem". Mas nunca pensei que ele REALMENTE não andava muito bem.
Em uma sexta como qualquer outra, às 17h de um dia normal, eu recebi uma ligação dizendo que "se eu quisesse" era para pegar um ônibus e ir para casa que meu avô não aguentaria nem aquela noite. Gelei.
Saí correndo da academia e corri desenfreadamente para a rodoviária e lá esperei das 19h até as 23:45 pelo único ônibus disponível. Quando pus meu pé dentro do veículo, foi quando meu celular tocou e recebi a notícia que tornaria aquele o fim de semana mais triste do mundo.
Pensei que eu não poderia ficar pior, mas quando entrei e vi meu "Noninho" dentro daquele caixão, meu mundo desabou. Foi um sábado triste, de muito choro, muitas lembranças e muito carinho. Eu não pude me despedir de meu avô, mas sei que ele ouve minhas orações constantes. Também sei que ele está num lugar muito melhor, ao lado do amigo dele e perto do Zago, outra grande pessoa que recentemente partiu. Mas o vazio fica e a saudade, enquanto vivo, jamais será sanada.
Ainda vou continuar relembrando episódios que me farão rir e chorar logo em seguida. Vivi apenas 20 anos ao lado dele, mas que foram suficientes para despertar um carinho sem par. Meu último avô vivo se foi, mas deixou sua marca em meu peito.
Nono Pedro, eu te amo. Sei que por muito tempo não ouvirei mais aquele seu radio ligado na cozinha de sua casa, mas me aguarde, porque um dia quem vai até aí te dar um abraço bem demorado, sou eu.

Em memória aos 70 anos de idade, 50 anos de casado, 20 anos ao meu lado, como meu avô, e 1 semana de falecimento de Pedro Martins Bugança.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O Passado, no Futuro

Esse feriado eu finalmente vim para casa, depois de longos dois meses longe da minha amada terrinha. Confesso que muito me alegrei, muito saí com meus amigos, muito tempo passei com meus pais, muito matei minhas saudades, mas o mais importante: muito refleti.
Minha casa está em reformas, e várias coisas foram modificadas. A sacada acima da garagem, onde várias tardes eu deitei, onde por diversas vezes sentei para observar as colinas distantes, a paisagem verde típica do local onde moro... Bom, onde antes havia aquela sacada, agora há um telhado.
A outra sacada, onde incontáveis noites eu deitei, ouvindo minhas músicas favoritas, observando o céu e o horizonte, beneficiado pelo fato dela não ser coberta, agora não é mais assim... Agora há quatro pilares obstruindo o horizonte e um pequeno coberto por sobre ela...
No terreno abaixo, pertencente a minha avó, onde inúmeras vezes eu brinquei, subi nas árvores, caí, ri e cresci subindo e descendo, agora está descuidado e coberto de mato. Confesso que pensei duas vezes antes de desbravar aquela terra tão conhecida por mim antigamente. Onde antes haviam cavalos e bovinos, agora há só grama alta e samambaias, salvo exceto por um grande trecho de plantação pelo qual eu caminhei e observei. Tudo estava diferente de como eu me lembrava, afinal há muito tempo, por ali, eu não andava.
Sei que parece meio tarde para lamentar pelas perdas, mas é quando perdemos nossas preciosidades que aprendemos a valorizá-las. Ao menos o terreno de minha avó será recuperado em breve. Infelizmente, por mais que eu tenha discutido com meus pais, a cobertura da sacada permanecerá.
Mas o que eu mais gostei dessa viagem foi o modo como eu percebo as coisas. Só agora eu vejo o quanto eu sou feliz e agraciado por tudo que me cercava, de como tudo convergiu para me tornar a pessoa que eu sou e mesmo a história de meus antepassados remonta a momentos perfeitos como este em que estou vivendo.
Algo que venho reparando é que o Passado sempre vem ao meu encontro, me corrigindo quando desvio de meu caminho e me auxiliando a progredir. É com o que aprendi com ele que construo meu futuro.
Cresci num mundo a parte, um mundo ideal. Sei que é difícil, ainda mais quando observo de fora, mas as mudanças estão aí. Na realidade elas nunca deixaram de acontecer, é que agora me parece mais difícil de aceitá-las. Talvez seja algo que vem com a idade, eu não sei. Tudo que sei é que esse fim de semana me fez ver mais ainda o amor que sinto por este lugar e, muito mais, por TODA a minha família.
E você? Já parou pra pensar em tudo que aprendeu no lugar que cresceu e tudo que sua família veio a te acrescentar?

domingo, 30 de maio de 2010

À Beira-mar

Às vezes me pergunto: por que tem de ser assim? Mentiras, omissões, palavras sem sentido. Aprendemos várias lições conforme vamos levando nossas vidas, mas alguns persistem em seus erros.
Observo o mar e vejo a aparente calmaria que ilude aqueles que, como eu, se perdem em idéias, pensamentos e teorias, hipnotizados por seu suave movimento. Muitos o acham tão bonito e poucos percebem a ferocidade e todo o sofrimento que ele pode causar.
Ouvimos todos os dias sobre naufrágios, afogamentos, ataques de animais, correnteza... Mas ainda vamos à praia e nos deixamos encontrar com sua beleza postiça e seu barulho intenso. Talvez a vida seja assim também.
Se observarmos uma rua movimentada, em um dia de semana qualquer, veremos um monte de pessoas levando suas vidas, fazendo suas tarefas, e tudo isso numa aparente paz. Ignorância é uma dádiva, já diziam alguns sábios. Se tivéssemos a capacidade de abrir o leque da vida de cada um, e emergir seus sentimentos, experiências, seus problemas...
Eu mesmo, aos seus olhos, sou um mero escritor, que põe em letras alguns de seus sentimentos mais secretos. Mas serão mesmo os mais secretos? Você sabe o que passei até hoje? Quais são meus conflitos? Por que eu gosto dessa e daquela, mas não daquela outra? E você? Talvez eu nem te conheça! E você já experienciou tanto...
Da mesma forma que quem se afoga uma vez e volta a nadar no mesmo lugar, existem pessoas que cometem certos erros e neles repetem pelo resto de suas vidas. Não bastou sofrer uma vez só, é preciso mais, uma constante dos seres humanos que é a insatisfação.
Talvez quem esteja errado sou eu, ao julgar isso. Talvez essa pessoa seja mais corajosa do que eu possa conceber, tentando tirar de erros passados os acertos futuros. Ou talvez não. Tudo que eu sei é que empatia é uma palavra tão simples de ser pronunciada, mas uma atitude tão árdua de ser praticada.
Quanto mais penso, mais tenho certeza de que nada sei (e que o cão, realmente, é a melhor cia.). Acho que chegou a minha hora de pular no mar, e ajudar algumas pessoas a continuarem nele, sem se afogar.

|escrito em 29/05/2010, à beira-mar|

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Desencontros

Novamente a vida me traz surpresas, uma muito boa dessa vez. Em meu sonho, eu encontrava uma amiga que não via há tempo, mas que tanto representou em minha vida.
Hoje, saindo atrasado de casa para a aula, quando eu dobro a esquina eu tenho a impressão de estar sonhando outra vez. Bem na minha frente, exatamente como no sonho, estava aquela amiga que eu tanto sentia saudades.
Coincidência? Muita. Ainda mais se isso acontece na manhã seguinte às suas indagações sobre como a vida opera e de como tudo parece convergir para determinados momentos, determinados acontecimentos.
Minha felicidade é tamanha, que não tenho palavras para descrevê-la. É a alegria de encontrar uma alma afim, que só tem a acrescentar na sua existência, e que você lamentava muito por ter perdido o contato.
Tudo isso só me instiga a questionar: O que mais o universo, a vida, me reserva? Independentemente da resposta, que seja tão bom quanto foi hoje...
Existem momentos certos para tudo na vida, afinal o "tudo" se encaminha para um propósito.

Untitled

Vivemos numa mentira, em um mundo no qual nos ensinam como devemos nos comportar através de ilusões.
Não há recompensa garantida para quem se esforça e não há felicidade eterna. Esta dura tempos limitados e, os que são eternamente felizes, são aqueles que encontram motivos contínuos para tal.
É de sentir pena, ver aquela criança, feliz por girar no brinquedo do parquinho, e saber que um dia ela enfrentará tudo que há de mal nesse planeta e que não poderá ser ela mesma, por estar incomodando o próximo.
Motivo de alegria, porém, é observar aquela frágil senhora: pequena, corcunda e tão maltratada pelo simples fato de querer sobreviver, e que em breve dirá adeus e deixará sua melhor frase, subentendida:
"Eu cresci, vivi, sofri, posso jamais ter sido feliz, mas venci. Até breve!"
Entretanto, a vida novamente a castiga. Tanta história, tantas realizações, tanta participação no mundo e, tudo que ela recebe, são olhares de tédio e palavras que a ferem: "ela está ficando gagá!".
Me pergunto: será mesmo a vida ou são as pessoas que dela desfrutam, que são as verdadeiras responsáveis? Mas o que é a vida? Quem são "as outras pessoas"?
Sempre observei-me como o centro de tudo, como quem dá as rédeas do meu destino. Vivo num mundo perfeito? Em um mundo que sou meu próprio mentor? Talvez...
A realidade é que ninguém jamais conseguiu explicar os porquês de nossa existência e de nossa complexidade. Será que eu já não estou morto e meu cérebro está apenas revivendo tudo por que passei? Eu realmente me sinto vivo? Não sei, e não tenho medo de questionar. O fato é que ninguém consegue explicar a vida, mas mesmo assim existem aqueles que se julgam capazes de fazê-lo. Estes "sábios" são tão venerados, que guiam multidões para esta tal existência, a mesma que eu conheço por ILUSÃO.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Exclusão digital

Vocês devem estar estranhando minha ausência nesses últimos tempos. Pois então, há exatas três semanas atrás um vírus invadiu meu laptop e eu fiquei sem computador até então.
De longe foi a experiência mais curiosa de toda minha existência, haha, afinal eu não tenho televisão, também.
Por mais de duas semanas eu fiquei excluído digitalmente do mundo. Não sabia das notícias, não tinha como falar com meus amigos pela internet, não tinha como fazer meus trabalhos, pesquisas, etc. Minha única salvação foi o LabUFSC, o qual eu visitava quase todo dia das 12:15 às 12:50 (tempo mais que suficiente).
Para alguns isso pode soar como um tormento, mas para mim foi muito bom. Em uma semana li dois livros que eu estava enrolando há tempos para ler, comecei a entender a matéria de Cálculo, voltei a visitar alguns amigos que eu não via há tempos, recuperei meu horário de sono que eu também estava há décadas tentando recuperar, e nunca meus dias renderam tanto quanto nessas semanas. Chegava horas que eu ficava deitado na minha cama simplesmente por não ter o que fazer. E isso era tão bom! =D
Às vezes me pergunto até onde a vida digital me beneficia. Esse fim de semana ganhei um PC novo, e ontem já fui dormir à 1h da manhã. Porém, fiz amizade com uma pessoa da Italia que me fez ter amor pelas minhas origens. Foi o papo mais interessante que eu tive desde o início das reuniões da LCI (assunto pra outro post).
Sabe que se eu for por na balança é difícil saber se é mais benéfico ou maléfico estar conectado 24h por dia. Mas no fundo, talvez eu apenas não saiba como lidar com a internet. Meus pais vivem dizendo que eu passo tempo demais no computador e eu comecei a pensar que talvez eles tenham razão.
Imagina como era na década de 90, quando computador não existia, televisão só aberta, telefone só fixo e orelhão, notícias só pelo rádio e pelo jornal impresso. Triste, não? Talvez não!
A vida é muito curta pra se passar na frente de uma tela. Porém esta mesma tela nos abriu horizontes jamais imaginados na época de nossos pais. E agora? haha
Agora eu não sei. Tudo que consigo focar é que já estou com saudades de não ter um computador, mas isso me mudou tanto que meus amigos começam a perguntar o que houve comigo ultimamente. Incrível que tudo isso foi causado por um blackout digital.
Meus caros, vou tentar postar mais textos por aqui, mas sabe como é. Não há nada mais estimulante do que o bom e velho papel e caneta, para um escritor amador! (E sim, eu já corrigi meu livro, mas estou deliberando o que fazer com ele).
Por enquanto só tenho algo a dizer:
SAIA DO MSN E VÁ LER UM LIVRO! (haha)
Acho que vou brincar no meu twitter... XD
Ciao! Fino al domani, amicos!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Felipe Zagonel

Por muitas vezes eu pensei que esse dia nunca chegaria. Com toda minha fé eu pensei nisso, mas infelizmente Deus tinha planos maiores para esse meu amigo tão estimado.
Felipe Zagonel, mais conhecido por Zago, é um ser humano exemplar. Sempre de bem com a vida, sempre sorridente, conquistador, festeiro, feliz... Esta é a imagem que todos tem dele, com certeza verdadeira.
Porém eu vejo mais, vejo um parceiro para todas as horas, vejo um primo (lembra? Zago e Zaguinho?). Quantas vezes eu já ouvi a pergunta: "Vocês são parentes?". Já chegamos até a dizer que sim! haha... Mas no fundo não era mentira. Esse cara é meu irmão, um familiar que eu escolhi em vida, não do mesmo sangue, mas de coração. Um irmão que qualquer um gostaria de ter.
Famoso por seu Megane Hatch e seu som humilhante, ele distribuía simpatia por onde passava. Não é a toa que sua despedida mobilizou a cidade inteira.
Todos acompanharam a história do garoto que, na volta de uma viagem a Florianópolis, sofreu um acidente de carro entre Campos Novos e Lages e que por 7 meses lutou entre noites no hospital, dias em coma, cirurgias, sofrimento, mas acima de tudo, superação.
Era seu destino lutar, creio eu, para mostrar mais do que nunca a sua garra, sua fome pela vida e sua alegria em qualquer momento. Tão convencido Deus ficou de sua capacidade que o chamou para mais perto de Si.
E muitas saudades ele vai deixar!
Quantas meninas decepcionadas por não terem uma chance com ele, quantas pessoas arrependidas por não terem feito amizade com ele, tanta gente familiar com a situação dele, que se tornou um fenômeno de heroísmo por toda Joaçaba e por todo canto que se encontram Joaçabenses.
Eu muito passei momentos perto do Zago, a maioria deles em 2008, quando o conheci. Foram 6 meses de pura diversão, muita festa, muita alegria, muita CARONA, haha.... Lembro até de uma certa dança do quadrado pré-viagem do 3ão que alguns vão rir ao se lembrar.
Mas tive de me mudar e tanta falta senti dele quanto possível. Mas o ser humano é uma coisa incrível. Valorizamos muito mais algumas coisas quando algo acontece a elas. E então veio o acidente e toda a história.
Mas cara, foi graças a ti que eu comecei a escrever meu livro e é a ti que vou dedicá-lo. Durante estes sete meses torci por você e continuarei torcendo pelo seu sucesso nesse lugar maravilhoso que você está.
O Zago muito me ensinou e muito eu valorizo tudo que aprendi. Mesmo depois do acidente ele continuou cativando, não só a mim como a todos que se deixaram tocar por sua história. Quisera eu poder ser um pedaço da pessoa que ele é.
É entre palavras de tristeza que eu te desejo boa viagem e é com o sentimento de que tudo vai dar certo que eu procurarei me recuperar desse vazio que sua ausência momentânea vai me causar.
Só quero que saiba que um dia todos nos reuniremos neste lugar que você se encontra e que muita simpatia ainda te verei esbanjando. Tu sempre foi um grande amigo, agora você será uma grande inspiração.
Estamos sempre contigo seja em coração, pensamento ou oração.
Vai com Deus meu amigo. Seja o que Ele quiser!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O fim de uma saga

Que fique registrado que hoje, dia 12 de abril de 2010, às 04:22h da madrugada eu finalmente concluí meu segundo livro. Não há alegria maior, em se tratando de literatura, para uma pessoa do que finalizar um livro.
Foram 152 páginas, 31 capítulos e muitas horas gastas para que tal evento acontecesse.
Eu lembro de quando comecei a escrever este livro, numa época conturbada da minha vida, sem perspectivas para meu futuro. Essa obra me deu novos horizontes, me deu uma fuga da tristeza que eu vinha sentindo e me preparou emocionalmente para um ano maravilhoso que 2010 tem sido.
Foi esse livro também que me garantiu a habilidade de tirar um 12,5 (de 15) na redação da Federal de Santa Catarina, nota essa que garantiu minha entrada no curso que eu queria!
Muitas madrugadas em claro (essa é a última delas), muitas noites chuvosas, muito tempo no MS Word, muita tinta de caneta (todos os últimos capítulos escrevi a mão), muitas letras, muitas palavras, muitas frases, MUITOS PENSAMENTOS.
E claro, não posso esquecer dos mantimentos! Foram muitos copos de nescau e muito e muitos e muitos pacotes de bolacha água e sal... hahaha.... Ainda, uma vez ou outra o nescau foi substituído por uma bohemia ou uma stella artois e a bolacha por um doritos, mas isso foi em raras ocasiões.
E se fosse contar quantas festas trocadas pela vontade de ficar em casa escrevendo... Chega a ser estranho! Deixe-me usar outro exemplo, então: Quantas coisas deixei de estudar pra ficar escrevendo!
Mas eu não me arrependo, tudo valeu a pena. Satisfação pessoal é algo que nos completa por inteiro, algo que preenche as lacunas da nossa alma.
Eu não escrevi esse livro para ser publicado, ele era minha válvula de escape e eu o fiz para mim mesmo. Isso aí. Agora, se ele for bom a ponto de ser publicado, aí é outra história.
Não sei se chegarei a publicar, mas para mim não tem problemas. Gostei dos personagens, gostei da história, gostei do clímax e gostei do fim. Só isso já me deixa bem contente!
Hoje eu escrevo para vocês com um sorriso que poucas vezes em minha vida exprimi, com uma alegria no fundo de meu ser que só em momentos especiais senti.
Eu vos digo, meus caríssimos leitores, não há sensação melhor para mim até o presente momento.
Não que isso seja um adeus. Já penso em uma nova história, novos personagens, novo contexto. Um novo livro!
Quem sabe um dia eu não escrevo um clássico?
Bom, eu só tenho 19 anos. Há muita água por vir. Por agora eu vou ficar ouvindo uma boa música ou tirar um cochilo até as 07:30h já que as 8h eu tenho aula... haha.
Obrigado por compartilhar esse momento comigo e me desculpem por não transparecer toda a minha felicidade nestas humildes palavras. E um obrigado especial a Claude DeBussy por ter escrito a música mais perfeita de todos os tempos: Clair de Lune. Esta quase nem me inspirou mesmo (ironico mode: on).
Uma boa noite a todos!

(E não contem pra minha mãe, mas muitas aulas do cursinho matadas e chegadas atrasadas nas aulas da facul tb! :X)

sexta-feira, 26 de março de 2010

Sessão da Tarde

Primeiramente eu gostaria de dar os devidos créditos a culpada pela criação disso. O título do meu blog é inspirado no dela: www.naoqueriaumblog.blogspot.com
RECOMENDO! É muito mais interessante do que o meu, haha. Pois bem, vamos ao que eu vim aqui fazer:

Certa noite de insônia, mais uma de tantas como a de hoje, me surgiu uma idéia do nada. Eu lembrei de um filme que eu havia assistido quando bem novo, há uma década atrás. O nome era "O garoto que sabia voar". Tosco né? Eu não achava naquela época, e confesso que ainda não o faço.
Naquela mesma noite eu procurei no youtube por "The boy who could fly" e bingo! Ali estava o tal filme. Comecei a assistir e não conseguia controlar o mar de lembranças que assolou minha mente.
Captei cenas, lembranças e até mesmo sonhos que eu tinha daquele filme, sem sequer entender o porque. É sério mesmo. Incrível como um filme fica gravado na nossa memória.
Junto com aquelas lembranças vieram outras memórias. Eu numa tarde chuvosa, deitado numa manta no chão da casa de minha avó assistindo TV, ou no sofá junto com minha prima, as tardes gostosas que eu passava por lá, com o lanchinho da tarde (que mais parecia um banquete) e todos os momentos bons em família... Aliás, já deixo avisado que eu sou um cara-família.
Outro dia eu resolvi procurar por Christine, o Carro assassino, haha. E encontrei. Um clássico inspirado no livro de Stephen King. Na realidade os dois são clássicos. Isso só me faz pensar em duas coisas: como os tradutores de antigamente não sabiam escolher nomes para filmes (pelo menos não chamaram de Cristina) e em como era bom ser criança.
Lembro que naquela época eu tinha medo da Christine, um Plymouth 56 inofensivo. E lembro que depois que terminou o filme do garoto lá eu saí fazendo aviõezinhos de papel e brincando que conseguia voar, aliás, naquela época eu tinha a impressão de que se eu quisesse muito eu conseguiria realmente voar. Não é ótimo ser criança?
É uma época em que sonhos não tem limitações, que o impossível é tão suscetível de acontecer quanto o possível. Quando criamos monstros e fadas e definimos quem seremos no futuro. Crenças a parte, eu acho que a gente já nasce meio que encaminhado, depois é só uma questão de tempo para seguirmos o caminho certo.
Eu sou muito feliz por ter passado minhas tardes assistindo a esses filmes ao invés de jogando video game. E é graças a estes filmes "chatos" da famigerada sessão da tarde, que me incentivaram a acreditar em mim mesmo e nos meus sonhos, que hoje cheguei onde estou. São esses sonhos que me movem e que me fazem ter vontade de viver.
Eu sei que aqueles tempos bons na casa da "nona Ada" já se perderam no tempo, mas assistir a esses filmes me fez ter uma saudade dela... Uma saudade da minha infância!
O pior é que eu não sei se minha avó sabe o quanto eu gosto dela... Estou indo para lá na páscoa e espero deixar isso bem claro para ela. Querida da minha nona!
Minha cara leitora @fabipaza (e você, leitor insistente), será que simplesmente por que crescemos devemos abandonar a idéia do sonho, criarmos limitações para o que objetivamos, nos comportarmos "como adultos" e simplesmente seguir com nossas vidas? Será errado viver como um adulto, mas ter certas atitudes de criança? Quem aí nunca desejou poder voar, com ou sem asas, sentir o vento batendo em seu rosto, levar aquele casinho para dar uma voltinha nas nuvens e descolar uns beijinhos...?
Confesso que quando ele finalmente voou com a protagonista eu senti a mesma emoção de quando era criança. Uma alegria desmedida e uma baaaaaaita inveja por ele conseguir voar, ao mesmo tempo que contentamento por todos estarem vendo que ele era mais do que aquele mero "garoto autista que não conversava com ninguém".
Aliás... Esse filme ainda renderá alguma discussão filosófica aqui. Sério mesmo! RECOMENDO tanto quanto o seu blog, @fabipaza.
(Para quem quer tirar um tempinho e entende inglês, aí vai: http://www.youtube.com/watch?v=Qi1bYThVcVE&feature=related)

Mas tudo bem, vamos parar por aqui antes que eu me anime e escreva mais dez páginas sobre isso. Eu não consegui expressar tudo que queria, mas tenho outras oportunidades para tal.
Uma das coisas que eu queria dizer era: Sonhos são mágicos, alguns impossíveis. Mas vem cá, um velho filme me ensinou que se você acreditar de verdade o impossível se torna realidade.

Uma boa noite (ou manhã já, afinal é 4:30h) para você!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Desvirginando o blog

Bom, aqui estou eu às 05:30h de uma quarta-feira, fim de feriadão, escrevendo nessa porcaria.
Eu não queria um desses. De forma, maneira, jeito algum.
Antes que você se perguntem por quê eu criei essa coisa eu respondo:

@fabipaza VOCÊ É A CULPADA!

É sim, eu li seu blog e achei tão legal que senti a necessidade de colocar as coisas que escrevo em um outro blog, também.
Eu sei que você já se ocupa demais lendo o livro que eu te mandei, mas nunca é demais para uma jornalista um pouco de leitura, certo?
Não só pra @fabipaza foi feito esse blog. Fiz ele para mim mesmo. EXATO! Para aliviar as idéias que pipocam feito loucas na minha cabeça. Eu não fiz isso para você se tu não se chama @fabipaza ou @luizfzago. Se quiser continuar lendo, a responsabilidade é sua!
Pois bem. Considero esse blog desvirginado com esse primeiro post e em breve estarei escrevendo um pouco mais. (Adianto que será sobre dois filmes clássicos dos anos 80 que eu assisti por estes dias e que me lembraram minha infância).

No mais seria isso.
Câmbio desligo!