segunda-feira, 23 de maio de 2011

Felicità

Hoje me coloquei a pensar sobre o que eu quero para minha vida. Foram alguns bons minutos, mas não foi difícil de encontrar a resposta: Eu quero ser feliz.
Até aí não teve problema, é o que todos buscam. Mas afinal, o que é a felicidade?
Acredito que cada um deva ter sua própria definição para esta palavra, mas venho aqui falar de uma felicidade que percebi surtir efeito em muitas pessoas. Essa felicità é a da simplicidade.
Não existe dom mais útil do que ser simples. E quando digo isso não me refiro a meras intitulações financeiras. Não, ser simples é muito além disso.
Analisem comigo. Atualmente buscamos respostas rápidas, queremos tudo em um piscar de olhos, usamos do velho ditado "time is money". Mas amigos, estamos nos enganando. Dinheiro, soldi em italiano, pode até ajudar uma pessoa a ser feliz, mas ele não implica em felicidade. Criamos um conceito de felicidade totalmente errado.
É mais feliz a pessoa que gasta horrores numa festa, que dura em média 5 horas, ou o filho que morando longe de seus pais, e que raramente tem a oportunidade de ver sua família, tem a chance de passar um almoço no qual se reunem todos os seus parentes, ouvindo aquela música que certa vez ele não gostava, mas que hoje lhe traz boas recordações; revendo seus primos que uma vez era tão próximo; parando pra observar como todos conversam e sorriem alegres, e em como aquele momento parece um filme?
Por quê ficamos tão felizes ao receber uma carta de um amigo distante, que nem esperávamos ou que aguardávamos ansiosos? Por quê o natal é tão especial? E por que achamos um máximo quando um amigo querido, que não falávamos há tempos, nos liga?
A resposta para todas estas perguntas reside na raridade desses momentos. Exatamente. Agora você já reparou como estamos tomando rumos diferentes? Produzir em massa, comprar todo dia aquilo que mais gostamos até enjoar (o que não demora), músicas que entram e já saem da moda, comprar roupas todo mês, gastar, ir para a balada toda semana...
Não, meus amigos. Eu sempre digo que não sou deste tempo, e falo a verdade. Se ficamos tão felizes com coisas que raramente podemos ter, não seriam estes momentos que deveríamos buscar? Tudo tem seus limites, sempre disseram meus sábios pais.
Mas não é apenas isso. Também vejo pelos meus antepassados, eles se reuniram em uma pequena comunidade. Trabalharam muito, sim. Mas acima de tudo eles se ajudavam, nos fins de semana se reuniam para compartilhar de momentos de descanso, eles se importavam um com o outro, faziam festas para comemorar colheitas, e criaram um ambiente tão sensacional que eles mal poderiam prever. Preservaram suas tradições, sua cultura, mas acima de tudo eles sabiam que o mais importante eram as pessoas. Esta a segunda chave da felicidade. Pode perguntar para minha avó: ela é humilde, trabalhou muito para cuidar de seus 8 filhos e ainda teve a bondade de adotar mais um. Sofreu a pobre coitada. Mas teve uma vida muito feliz, de superações, de compaixão, de ajuda, de fé. A coisa que ela mais gosta é ver seus filhos, netos, bisnetos e agregados em sua varanda nos domingos ao meio dia, reunidos naquele almoço em família, que só hoje compreendo o grandioso simbolismo.
Algumas pessoas vivem para fazer dinheiro, buscam crescer acima de tudo. Mas isso não as tornará felizes. Estamos aqui para sermos bons em qualquer ocasião, e sermos felizes. Eu tenho isso bem claro em minha vida. Tenho planos ambiciosos, normal, mas acima de tudo quero ter os momentos bons que minha avó paterna e meus avós maternos tiveram. Bom, a vida nos ensina grandes lições em seu decorrer, muitas delas através de outras pessoas. Meus avós me ensinaram a mais importante: o sentido da vida, e que para este é preciso viver em comunhão. Não lhes disse diretamente, mas sempre procuro transmitir isso, quando depois de uma longa viagem e com poucas horas de tempo para passar com eles, os abraço e sinto aquele momento de felicidade que eles me ajudaram a descobrir.

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