quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Contradições

Ouvindo uma de minhas músicas favoritas, rolo pela minha cama, sem sono. Mais uma noite de pensamentos acelerados, de dores de cabeça, de lanches noturnos, mais uma noite mal dormida.
Olho para o relógio ao lado e tudo que consigo pensar é "Daqui a pouco tenho que trabalhar...". Então me lembro de noites distantes, as quais eram meu dia, em um relógio biológico alterado. Ah, como eram boas aquelas noites, a falta de rotina, as horas a fio escrevendo, o nescau das 02h da madrugada, às vezes a Bohemia, às vezes a Stella...
Quantos Programas do Jô lembro de ter visto! Quantos tweets perdidos... Ainda, haviam aquelas noites de festa, ou aquelas acompanhadas, melhores ainda quando duravam a noite toda, o suor tomando conta, a mente concentrada e o silêncio forçado para não acordar ninguém.
Lembro que as aulas nunca foram tão matadas, que cada vez era um recordo novo de atraso. Nunca estive tão infeliz, porém nunca estive tão feliz. Coisas ruins me aconteceram todo tempo, mas me ajudavam a valorizar as poucas coisas boas.
Hoje minha insônia é retrato de algo muito bom. A tempestade de ideias, até então adormecida, parece ter voltado a toda. Mas agora é diferente. Parece que vamos crescendo e a vida torna-se mais complicada. Ou é só meu subconsciente reclamando das responsabilidades que o peso de duas décadas me trouxeram.
Nunca estive tão feliz! Mas nunca estive tão cansado. Talvez o fato de saber que as inquietações tem prazo para terminar é que esteja causando isso, mas a verdade é que sou muito grato por tudo.
Eu sei, sou um tanto contraditório. Sei que é impossível satisfazer completamente um ser humano, ele sempre vai encontrar algo para reclamar. Talvez seja essa a qualidade que nos trouxe os avanços de hoje, ou este mesmo avanço que é a causa desse, agora, defeito.
Como em sintonia com meus pensamentos, ouço uma música escolhida aleatoriamente pelo meu mp3. Uma música que ouvia nas noites que tanto sinto falta. Ela me acalma, me traz paz e uma ideia, a qual não tem contradições: "Deus, como preciso de umas férias!"

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