segunda-feira, 19 de julho de 2010

Decadência de uma cultura

Hoje vou falar de um assunto um pouco diferente no meu blog. Não mais pensamentos vagos, nem nostalgias dos bons tempos. Hoje tomarei um posição um tanto quanto política.
Pois bem, eu estava acordado na madrugada, mudando os canais e tentando encontrar algum filme para me distrair. Foi aí que me deparei com "Picnic" (1955).
Esse filme se passa numa pequena cidade do interior norte-americano, onde o sustento dos moradores é uma grande corporação alimentícia, de grãos. Ainda, a trama começa no dia do trabalhador. Toda a cidade está de folga e um grande piquenique é organizado.
Nele as pessoas se encontram, participam de brincadeiras, ouvem a uma banda da cidade, os cidadãos inclusive cantam músicas calmas, que todos gostam. As crianças brincam, os adultos se encontram e conversam e todos passam um dia inteiro no parque, felizes e em comunhão.
Que sociedade incrível! Organizada, amiga. Um país ao qual eu gostaria de fazer parte. Pena que esse cenário mudou. Naqueles tempos não existia o consumo desenfreado que levou à quase inexistência dos recursos naturais daquele país, como o petróleo.
Ainda naquele tempo, a criminalidade era praticamente inexistente, pois todos se conheciam e as pessoas tinham vergonha na cara. Psicopatas, serial killers, personalidades alteradas e pessoas desequilibradas não eram o padrão daquela sociedade.
Não me levem a mal, não acho que todos são assim, mas conversando com americanos, e observando os acontecimentos e atitudes daquela nação, na qual o TER é mais importante que o SER, e comparando esta mesma nação com aquela na qual a comunidade representava a união e amizade de um povo, chego a conclusão de que algo muito errado aconteceu lá.
Já fui fã de carteirinha dos EUA, mas hoje eu penso duas vezes antes de falar dessa nação. Valorizo tudo por que esse país já passou, afinal de escória da Europa pra Maior Potência Mundial é um grande caminho a se tomar.
Mas veja o Brasil, veja Joaçaba. Em 1950 essa cidade era uma das mais prósperas do Brasil. Era uma comunidade pequena, amiga, com costumes parecidos com aqueles. Então veio o crescimento desenfreado e sem planejamento e hoje temos congestionamentos quase que o tempo inteiro e pessoas desdenhando as outras.
A maior reclamação das pessoas das cidades em volta, vindas de comunidades nas quais a união ainda faz parte do cotidiano, é que nesta cidade a população é muito esnobe, fria e se importa demais com coisas fúteis. Por mais que eu queira descordar, vejo que muita verdade há nisso. Mesmo meu amor pela minha cidade não diminuindo, sei que poderia melhorar. Eu quero muito bem ao meu país, e se aqui já houve consequências, pegue os grandes centros brasileiros. Pois bem.
O Brasil tem um potencial enorme, mas insiste em copiar atitudes de fora sem se questionar se elas realmente são o correto a se fazer. Os EUA cresceram a seu modo e para toda sua ação, hoje eles tem uma reação que não é uma das melhores. Eles são o país mais desenvolvido do planeta, mas só estruturalmente. O Brasil tem muito a se desenvolver, mas eu acredito na boa vontade de nosso povo, e sei que moralmente ainda temos certo grau considerável, mas ele insiste em diminuir cada vez mais.
Só que a resposta não está nas mãos dos políticos, mas sim nas mãos de cada um. Na manutenção de tradições, na passagem de valores de pais para filhos. Será que não veem que estamos caminhando na direção errada?
A poderosa cultura americana eu já considero decaída. Mas e a brasileira? Tem salvação ainda? Creio que sim. Mas é preciso atitude, e ela começa com cada um de nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário